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Especial: o caminho do pódio, um guia para chegar lá

  • 15/06/2016

Competir faz parte da vida. Todo ser humano traz em seu DNA o instinto de sobrevivência que garantiu que chegássemos até aqui. Se pararmos para pensar, somos fruto de uma corrida que começou antes mesmo de sermos gerados com uma disputa acirrada até a fecundação....


Texto de Marcos Adami – Bikemagazine

 

Competir faz parte da vida. Todo ser humano traz em seu DNA o instinto de sobrevivência que garantiu que chegássemos até aqui. Se pararmos para pensar, somos fruto de uma corrida que começou antes mesmo de sermos gerados com uma disputa acirrada até a fecundação. E a competição continua na escola, onde somos avaliados frequentemente e ninguém quer ter a pior nota e nem ser o último aluno da classe. A corrida fica ainda mais dura na luta por uma vaga numa boa faculdade e depois por um bom emprego e por aí vai.

 

Quem gosta de pedalar pode encontrar na competição um estímulo a mais para progredir. Para se tornar um competidor são necessários muitos atributos e dedicação é fundamental. Disciplina, organização pessoal, planejamento e hábitos saudáveis são apenas algumas qualidades de quem almeja o pódio.

 

Mas, quando o assunto é atividade física nem todo mundo gosta de competir. A imensa maioria gosta mesmo é de pedalar por prazer e sem o estresse dos compromissos com treinos fisicamente massacrantes, dietas rigorosas, horários marcados, corrida quase todo final de semana, fora os gastos com inscrições e viagens e toda uma série de “efeitos colaterais” desse mundo das competições.

 

Aqueles que trazem no DNA uma porção maior do gosto pela disputa certamente vão tolerar mais esses efeitos colaterais e vão se deliciar com todo o universo de provas, treinos, adversários, pódios e medalhas (além de eventuais tombos). Se você se identifica com o cenário acima, esse pequeno guia tem o objetivo de ajudar no início de sua carreira competitiva.

 

Bem vindo ao mundo de levantar cedo para treinar nas madrugadas frias e madrugar nos domingos e encarar a estrada com os amigos para viajar até os locais das provas.

Encontre sua praia
O ciclismo é muito amplo, com muitas modalidades praticadas com bicicletas e até esportes multidisciplinares como o triathlon e corrida de aventura. Se você realmente almeja o pódio, o ideal é você conhecer a modalidade que melhor se encaixa em suas características físicas.

Nada impede que um ciclista com um biotipo típico de sprintista (coxas muito fortes, com muita explosão) queira correr provas de mountain bike marathon, mas as chances do pódio ficam mais remotas. O ideal é descobrir qual o melhor potencial e explorá-lo. Para conhecermos nosso melhor potencial o ideal é fazer uma avaliação física com um profissional competente e de preferência com experiência específica nas várias modalidades do ciclismo.

Depois de uma avaliação profissional, o ciclista vai ter a clara resposta se ele é melhor em provas de resistência (longa duração e longas distâncias que exijam consistência) ou se é melhor em provas onde prevalecem a explosão, como nas disciplinas de velódromo, o bicicross, as chegadas de provas de estrada ou o mountain bike olímpico, também chamado de cross country.

Antes de prosseguirmos, cabe uma observação importante. O que vale mesmo no mundo dos atletas amadores é a diversão. Jamais troque a diversão por obrigação. Quando isso acontece a chance de nos frustrarmos é bem maior. Se você ainda é novo nesse meio, o ideal é ir experimentando as várias modalidades oferecidas. É muito comum ciclistas que competem de mountain bike, treinam de bikes de estrada, correm a pé, fazem um triátlon eventualmente. O importante é estar fazendo o que se gosta.

Encontre seus profissionais
Com o gosto pela competição é natural exigirmos mais de nós mesmos. Queremos evoluir, chegar na frente, termos nosso nome um pouco mais alto naquela lista que sai no fim de cada corrida.

Competir envolve assumir riscos e submeter nosso corpo a limites de esforço que não alcançaríamos em condições normais. Antes de tudo, passar por um médico é fundamental para sabermos se estamos aptos a essa nova condição de treinamento que terá que enfrentar.

Nutricionistas, avaliadores físicos, professores de educação física, fisioterapeutas, especialistas em bike fit e mecânicos são os profissionais que fazem parte do convívio de um competidor.

Depois da aprovação médica, o trabalho começa com uma avaliação física. Os resultados vão indicar os caminhos para que o treinador trace as estratégias e ajude o aluno a chegar lá. O trabalho vai variar muito de aluno para aluno, de objetivo para objetivo. Cada um é cada um e uma periodização bem feita é uma das chaves para o sucesso de todo treinamento.

Encontre seus limites
O estresse de treinamento é uma realidade e deve-se ficar atento a treinadores muito exigentes e que não se preocupam em ouvir o feedback de seus alunos. Cada indivíduo é bem particular e o mesmo volume de treinamento para um pode ser muito diferente para outros.

É importante que você e seu treinador estabeleçam objetivos reais e atingíveis, sem serem nem muito difíceis ou fáceis demais. O caminho até o topo é longo.

Esteja também muito atento a exercícios muito difíceis e que te deixam exaurido fisicamente. Na maioria das vezes, é apenas uma questão de ajuste na quantidade de repetições, nas séries, ou nas quilometragens.

Fique sempre atento aos sinais do corpo e não hesite em pedir para reduzir a carga caso esteja sentindo muito cansaço. Dê tempo ao tempo. O caminho até o seu melhor condicionamento é longo e exige dedicação e paciência.

Encontre sua prova
É a hora de achar uma prova para disputar. Procure em sites das federações estaduais de ciclismo, nos sites de notícias, cartazes em bike shops e com outros ciclistas que gostam de competir.

É recomendável começar modestamente, pelas corridas menos exigentes. Provas que exigem muitíssimo preparo físico como a Brasil Ride e outras provas de longa duração, devem ser consideradas somente depois de uma sólida base e experiência em competições. O corpo exige preparo e adaptação, respeite seus limites.

A maioria das corridas oferece opções de distâncias mais curtas, indicada para os iniciantes. Deixe a categoria Elite para os profissionais que são pagos para correr e escolha uma categoria de acordo com sua idade. Alguns marinheiros de primeira viagem já vão direto para o pódio na primeira corrida. Isso é um ótimo sinal e significa talento e capacidade física para andar na frente.

Entretanto, o mais importante nas primeiras participações é completar o trajeto. Chegar fisicamente bem e sem se sentir exausto, sem dores e sem tombos é o objetivo nessa fase de sua trajetória. Lembre-se que não existe só o pódio, e terminar qualquer prova já é um feito maior do que daqueles que desistiram ou nem tentaram.

Se você obtiver bons resultados [leia-se: um lugar no pódio] em provas regionais de menor importância, é sinal que é o momento de disputar uma prova de maior importância. O próximo passo é pensar em provas de importância nacional.

Encontre seu equipamento
A escolha da bicicleta, componentes, acessórios e vestuário são muito importantes e podem fazer diferença diretamente nos resultados obtidos. Bicicletas de competição nunca foram baratas, mas é possível adequar o equipamento ao orçamento disponível. Sempre existe a opção de escolher o modelo de entrada de cada produto e ter o básico para iniciar nas competições. Com o passar do tempo é normal o competidor investir numa bike e em materiais melhores e mais leves.

Sempre compre a melhor bicicleta que seu dinheiro alcançar. É fundamental que a bicicleta tenha componentes de qualidade e que não vão te deixar na mão. Procure sempre pelas marcas consagradas nesse mercado.

Nunca deixe de praticar seu esporte favorito por não possuir uma bike com as tecnologias mais recentes (e mais caras) disponíveis no mercado. Quando o orçamento for apertado, o melhor é procurar alternativas econômicas, como bicicletas de segunda mão ou produtos de marcas que não sejam de grife.

O vício do pódio
Depois da batalha, a recompensa. Os que não chegaram nem perto do pódio tiveram como recompensa a experiência de ter superado o desafio de concluir a prova. Tiveram também o prazer de rever amigos [e adversários], de colocar a conversa em dia com outros apaixonados pela bicicleta.

A sensação de subir ao pódio pela primeira vez é inesquecível. Nem que seja no último degrau, a satisfação de superar outros vários adversários serve de motivação para melhorar ainda mais e buscar o primeiro lugar.

Muitos, de tanta dedicação e tanta busca pela vitória, acabamos finalmente estreando o primeiro lugar no pódio. Esse momento será inesquecível e vai compensar todo o esforço. A alegria e o sentimento de euforia é tão grande que, para muitos, acaba se tornando quase como um vício. A busca pelo pódio vai ser sempre a motivação para mais duros treinos.

Talvez o maior ensinamento do esporte seja a célebre frase do autor russo Fiodor Dostoievski. “Se queres vencer o mundo inteiro, vence-te a ti mesmo”.

No futuro, quando puder adquirir outra bike mais leve, mantenha a antiga e use-a como bike de treino. Assim você poupa a bike de corrida e gasta menos para manter a bike de treino, que pode ser equipada com pneus e grupo de transmissão mais econômicos.

Encontre sua turma
Amigos são importantíssimos para um competidor, afinal, ninguém corre sozinho contra ninguém. O circulo íntimo de amigos de um competidor normalmente é formado basicamente por amigos do pedal. São parceiros de treino, adversários, organizadores de evento, lojistas e vendedores, mecânicos de bikes e outras amizades que vão se desenvolvendo ao redor da bicicleta. Normalmente é com essa turma de pedal que você obtém informações sobre componentes e equipamentos e se mantém atualizado sobre as últimas do esporte.

Ser de uma turma de pedal também é importante na hora de ir para as provas, já que rachar as despesas de combustível e hotel é interessante para todo mundo. Antes de tudo, o esporte serve para reunir as pessoas num ambiente amigável e prazeroso.

Outros desafios
É importante entendermos que o conceito de competição é bem relativo e existem outras formas de disputa e superação pessoal além de participar de eventos organizados. Sempre é possível competir contra nós mesmos e há quem diga que nossas melhores vitórias são aquelas em que superamos a nós mesmos. Pode ser uma longa cicloviagem, uma jornada pelo Caminho de Santiago ou um recorde pessoal de tempo num determinado trajeto, ou ainda uma radical perda de peso.

Competir contra si mesmo é uma forma de se manter motivado nos treinos e assim evoluir fisicamente. O importante sempre é ter algum objetivo e seguir em frente até alcançá-lo. A única diferença é que não há um troféu ou medalha. E daí?

Existem eventos em que o objetivo é unicamente é o de concluir a prova, sem preocupação com a colocação, como nos desafios conhecidos como Audax, que oferecem várias opções de quilometragens. Outras provas que podem agradar esse tipo de público são os grandes eventos destinados aos entusiastas amadores como o Desafio Márcio May, Desafio Serra de Campos e outras provas no estilo Granfondo, onde cada um faz o melhor para marcar o melhor tempo e tentar supera-lo no ano seguinte.

 

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