Certificado Cadastur - Ministério do Turismo do Brasil - 26.064298.80.0001-2

Cicloviagem - Serra da Canastra

  • 15/10/2019

3 dias, 260 km, trilhas, estradão, escaladas, cachoeiras, cias perfeitas, numa região intocável, fantástica e de beleza ímpar. Deus é perfeito!


Canastra, berço do imenso Rio São Francisco, desbravador do Brasil. Na simplicidade da gente mineira, escorada às suas margens, o rio virou “Velho Chico” e por causa dele, o Brasil voltou seus olhos para a Canastra. Uma caixa d’ água gigante. Um baú esculpido em rocha pela natureza. Foi o formato de uma caixa que deu nome ao lugar. Baú, para os antigos, é Canastra, cesta larga para caber tudo que é essencial. Para o povo da região, essencial é a Canastra, por esconder entre céus e terras um tesouro que tantos já procuraram. E nem é preciso procurar muito. Basta o silêncio e a sensibilidade para enxergar preciosidade por onde quer que se vá. Tesouro é o que a fortaleza de pedras guarda: as tradições dos homens, o desabrochar das plantas, a vida que renasce em cada animal.

Documentário e vídeos Serra da Canastra

Programação da cicloviagem Serra da Canastra

Depois de pesquisar bastante na internet sobre a região, fiquei fascinado pelo lugar! Logo veio em mente fazer uma cicloviagem na Serra da Canastra. Depois de semanas pesquisando encontrei o que seria pra mim o caminho perfeito: saindo da cidade de Delfonópolis e retornando à Delfinópolis, fazendo uma grande volta na serra, 320kms de bike pela Canastra! Fiz a programação do percurso em 3 dias de viagem, já sabendo que os dois primeiros dias seriam bem puxados, mas mesmo assim preferi manter em três dias, pois devido a minha programação com o trabalho se encaixaria perfeitamente, teria que somente esperar um feriado prolongado para encarar esta aventura. Optamos em fazer do dia 30 de outubro ao dia 01 de novembro de 2015.

Ciclistas: Luciano Carneiro, Maria Teresa, Paulo Gomes e Angélica Gomes.

 

1º Dia - Delfinópolis à Vale da Babilônia - Pousada do Edmar - 102,4km

Bagagens e bikes prontas, saimos de São José do Rio Pardo no dia 30 de outubro às 3:30 da manhã com destino à cidade de Delfinópolis-MG (200km), até então pensando que seria uma viagem rápida de 3 horas. Após passarmos a cidade de São João Batista do Glória - MG o asfalto se acaba e começa uma estrada de terra muito ruim, com muitos buracos, o que nos atrasou bastante, chegando assim em nosso destino às 8hs da manhã. (Na ida optamos em ir por Guuaxupé/Passos). Deixamos o carro na Pousada Rosas dos Ventos, onde fomos muito bem recepcionados. Arrumamos nossos equipamentos, meio que as pressas e pé na estrada, ou melhor bike na estrada!

A cidade de Delfinópolis está localizada entre a Represa de Peixoto (Rio Grande) e a Serra Preta ao sudoeste do Estado de Minas Gerais. 

Estrada Ecológica entre Delfinópolis e Olhos D'água

Saindo da cidade logo pegamos estrada de terra, a "Estrada Ecológica da Serra da Canastra", nosso próximo destino seria o distrito de Olhos D'água da Canastra, foram 22km de estradão, bem tranquilo, sem muitas subidas, ali fizemos um lanche rápido. O vilarejo é bem pequeno e tranquilo, poucas pedaladas e já estávamos na estrada de terra novamente. O próximo destino foi o Distrito de Ponte Alta, ainda menor que Olhos D'água. Foram mais 20km de estradão, com muito movimento de carro e caminhões. Fizemos uma parada para abastecer nossas caramanholas, pois a partir do vilarejo sabíamos que faltava pouco para começarmos a seguir em direção às grandes serras. A próxima cidade a partir de Ponte Alta é São José do Barreiro a aproximadamente 60km.

Igreja no bairro de Ponte Alta

Seguimos por mais 15km, ai então começaram as subidas, o sol estava bem forte, era em torno das 12hs. As paisagens começaram a ficar bastante interessantes com grandes montanhas ao nosso redor e ao fundo atrás de nós era possível se avistar a Represa de Peixoto e bem ao fundo a cidade de Passos. Neste momento já tínhamos pedalado 60km, as pernas já estavam bem cansadas, para nossa sorte avistamos de longe uma casa com a placa "restaurante", paramos ali e fizemos uma leve refeição, o que nos deu ânimo novo para continuarmos. A partir desse ponto as subidas ficaram bastante acentuadas.

Subindo a serra para chegar ao Complexo de Cachoeiras Vale do Céu

Passamos em frente a porteira que da entrada ao "Vale do Céu", complexo de varias cachoeiras e pousadas, mas não entramos, seguimos pela estrada principal. Proximo dali havia uma ponte que era cortada por um córrego de águas cristalinas, não hesitamos e entramos na água. Por ser bastante raso este lago servia de passagem para os gipeiros e motoqueiros, passaram alguns por nós enquanto estavamos ali.

Lago de águas cristalinas 

Serra Calçada

Depois de fortes subidas e longas descidas chegamos na Serra Calçada,  que ganhou este nome após receber um calçamento de pedra, pois as frequentes chuvas da região as vezes deixava o Vale da Babilonia isolado por vários dias, destruindo parte da estrada neste trecho, a paisagem era incrível, diferente de tudo que tinha visto! Depois de atingirmo o topo da serra começamos uma forte descida a adentramos no Vale da Babilônia,  uma das regiões mais bonitas e isoldas da Serra da Canastra o Vale da Babilônia possui inumeras cachoeiras pouco exploradas pois a região é de dificil acesso e indocada para veiculos tracionados ou motos estilo trail.

Vale da Babilônia

Estávamos bastante cansados, ja tínhamos percorridos mais de 80km, e ainda tínhamos pela frente a Serra Branca, por não conhecer a região ficamos indecisos se teria pousada antes da cidade de São José do Barreiro, que estava ainda a 35km, nos informamos em uma casa que nos indicou a Pousada do Edmar, que ficava a 17km dali. A nossa programação neste dia era percorrer 118km até a cidade de São José do Barreiro, mas decidimos parar antes, pois estávamos bastente desgastados, alem disso já era 18hs.

Subida da Serra Branca

Iniciamos a subida da Serra Branca, é o morro mais íngreme que temos que subir durante o percurso, tem um desnível de 240 metros e uns 3 km de subida muito íngrimes e bastante irregular. A visão lá de cima é muito bonita, e dá pra ver todo o vale que percorremos. A partir desse momento, começamos pedalar por cima do Chapadão da Babilônia, por um longo trecho bem plano. Depois de  uns 6 km, no alto da serra, chega-se a uma bifurcação onde tem uma placa com indicação de 2 caminhos. Os dois caminhos chegam à Cachoeira Casca D’anta, porém primeiro, à direita, você vai por São José do Barreiro, e Estrada do Rolador. O segundo caminho segue para a cachoeira, sentido Vão dos Cândidos e Igrejinha. Seguimos sentido a São José do Barreiro, pois íamos ficar hospedados na poudada antes da cidade.

Chapadão na Serra da Canastra

Eram por volta das 19 horas, o por do sol estava explêndido, com os grandes paredões de pedra ao nosso redor formavam as paisagens mais lindas que tinha visto. Iniciamos uma descida e no topo da serra avistamos uma casa que logo imaginamos ser a pousada. Ja estávamos sem energia e ainda tínhamos que subir mais 2km até a pousada. Chegamos por volta das 20hs na Pousada Mirante da Natureza e fomos muito bem recepcionados pelo Sr. Edmar, que logo providenciou quartos para nós. A sua esposa preparou um jantar especial: arroz, tutu, carne de porco, frango caipira e um bom pate-papo com uma cerveja gelada e de sobremesa o excelente queijo produzido na própria pousada.

Por do sol na Canastra

Informações sobre o percurso:

    • Distância: 102,4 km
    • Subidas Acumuladas: 2.470 metros

 

 

2º Dia - Vale da Babilônia - Pousada do Edmar à São João Batista da Canastra - 42,1km

Noite de sono perfeita, acordamos por volta das 7hs da manhã. No bate-papo da noite anterior o Sr Edmar nos acomselhou a subir a serra pela trilha da Casca D'anta em vez de seguir por São José do Barreiro e Por São Roque para subirmos a serra, ele nos garantiu que por ali teríamos bastante atrativos, então optamos em conhecer a parte alta e Baixa da Casca D'Anta  e seguimos os conselhos do Sr. Edmar.

Descendo a Serra em direção à Cachoeira Casca Danta 

O visual incrível da pousada era incrível, dvaa pra ver toda a Serra da Canastra por um lado e a Serra da Babilônia por outro, o nascer do sol abrilhantava ainda mais a paisagem. 

Depois de um bom cafe da manhã, partimos por volta das 8hs em direção à Casca D'anta. No início da descida encontramos o Sr. Edmar no curral tirando leite das vacas e paramos a li para uma foto e nos despedirmos. Iniciamos a descida, em nossa frente um enorme paredão e em meio a ele ja era possível avistar a cachoeira com sua enorme queda d'água. Uma paisagem de encher os olhos! O barulho da cachoeira era ouvido de longe. A Cachoeira Casca d’Anta é o maior desnível presente no Rio São Francisco, formando-se quando o rio deixa o seu “berço” na Serra da Canastra, em Minas Gerais.

Descida da Serra com a cachoeira Casca Danta ao fundo

Perfeição da natureza

Aos pés da cachoeira Casca Danta

Foram cerca de 3km de descidas até chegarmos num trevo onde à direita seguia sentida cachoeira Casca D'anta e esquerda sentido a cidade de São José do Barreiro, seguimos à direita e logo chegamos na portaria do **Parque Nacional da Serra da Canastra. Na portaria do parque era obrigatória pagar a taxa de R$ 8,00 para entrada. Cerca de 2km e já estavamos quase de frente com a cachoeira, uma visão explendorosa a nossa frente. Iniciamos uma trilha de uns 400 metros até quase debaixo da cachoeira, deixamos nossas bikes próximas dali e descemos as pedras até aos pés da cachoeira, um momento de pausa e reflexão tomou conta de mim, queria aproveitar ao máximo aquele momento. Não entramos na água, estava muito fria. O poço onde cai a cachoeira é bem fundo, fomos informados que teria aproximadamente 9 metros. A queda d'água não estava muito volumosa, devido a falta de chuva na região. Na época de chuva o volume d'água triplica chegando a ficar muito perigoso entrar na água. Assistir a queda da água é deslumbrante. Parece movimentar-se em “câmera lenta” devido a sua imensidão.Curtimos o momento por aproximadamente 50 minutos e voltamos para pegarmos a "trilha difícil" que nos levava na parte alta, o inicio dela ficacava do lado do banheiro, tinha uma pedra sinalizando a trilha e a distância de 3km.

Momento de refexão aos pés da cachoeira

Iniciamos a subida da trilha, desde o início já era impossível pedalar, o trilho era bem estreito, mal dava pra caber a bicicleta e a gente, as subidas eram bem íngrimese o terreno bastante irreguar. Devido a elevação, a vegetação é totalmente diferente da parte baixa, tendo a característica do cerrado. Os primeiros 500 metros foram difíceis, mal sabíamos o que nos esperava pela frente. Era possível avistar atrás de nós a Casca D'anta, a nossa esquerda a pousada onde dormimos no alto da serra e a portaria do parque. Empurrar as bicicletas naquela subida e carregar as bagagens estava sendo bastante desgastente, tivemos que parar algumas vezes para recuperar o fôlego.

Subida da parte baixa para a parte alta da Casca Danta por trilha

Passado do 1º km o que estava difícil ficou ainda pior, a trilha seguia em meio a enormes pedras acidentadas, tínhamos que carregar as bikes "nas costas", a cada metro vencido a visão era cada vez mais privilegiada, daquelss que provocam uma vontade de sentar-se por ali durante várias horas só para admirar a paisagem. Em alguns momentos a trilha ficou bastante perigosa, pois passava na encosta de pedras, um abismo a nossa esquerda. Em alguns trechos estava bastante escorregadio, havia água minando do chão. Depois de quase 2 horas vencemos a subida e chegamos na parte alta da Casca D'anta.

Parte alta da Casca Danta com suas piscinas naturais

Na parte alta haviam piscinas naturais formadas entre as pedras, estavam com muitos turistas, aproveitamos para curtirmos ali também e tirar algumas fotos. Estávamos preocupados, pois até a próxima parada na cidade de São João Batista do Canastra ainda teríamos 35km e não tinhamos nada para comer, eram por volta das 12hs. Um casal de turistas nos ofereceu banana, aceitamos de imediato. Enchamos nossas garrafas com água a prosseguimos por uma longa subida, a estrada estava bastante movimentada por turistas.

Parte alta da Canastra, a caminho de São João Batista da Canastra

 

A partir dali foi um sobe e desce, sobe e desce, ate que avistamos o vilarejo de São João Batista da Canastra, que tem cerca de 200 habitantes. Passamos pela portaria do porque e fomos até o vilarejo, eram por volta as 16hs. A cidade oferece pouca estrutura para o turista, só tem uma pousada, que estava lotada, conseguimos alugar uma casa para passar a noite. Havia um grupo grande de ciclistas de Uberaba que estava na cidade. Jantamos num único restaurante do vilarejo, comida caseira, excelente. Pedalamos poucos kms neste dia, mas o percurso foi bem difícil, estavamos muito cansados.

Igreja em São João Batista da Canastra

**O Parque Nacional da Serra da Canastra é um dos mais importantes parques nacionais brasileiros, criado em 1972. A Serra da Canastra tem o formato de um baú, daí a origem do nome, pois canastra é um tipo de baú antigo. A cachoeira Casca d'Anta com aproximadamente 186 metros de altura é um dos principais atrativos do Parque, saindo de um corte natural da Serra de aproximadamente 144 metros, ou seja, a altura da Serra chega a 330 metros. O Rio São Francisco nasce 14 quilômetros antes desta sua queda principal. 

O Parque protege um cenário de rara beleza, sua vegetação de transição entre a "borda da Mata Atlântica" e o "início do Cerrado", com predominância de Campos de Altitude que abrigam inúmeras espécies da fauna e da flora do cerrado, como o lobo guará, o tamanduá-bandeira, o veado-campeiro, diversos gaviões e espécies ameaçadas de extinção como o pato mergulhão e o tatu-canastra.

A água é o fator preponderante no parque, cujas nascentes, que chegam a centenas, surgem em função daumidade que a rocha fria absorve do ar, principalmente no período da noite.

Informações sobre o percurso:

    • Distância: 42,1 km
    • Subidas Acumuladas: 1.106 metros

 

 

3º Dia - São João Batista da Canastra à Delfinópolis - 113,2km

Acordamos mais cedo, por volta das 6hs, neste dia tínhamos uma longa jornada neste dia. Deixamos encomendado nosso cafe da manhã na padaria no dia anterior, tomamos o café e seguimos novamente para o Parque Nacional da Serra da Canastra, tivemos que pagar novamente para entrar, neste dia R$ 9,00. Tínhamos que atravessar o parque, pegando sentido a portaria de Sacramento.

A caminho da portaria de Sacramento

A portaria do parque fica a 1km do vilarejo. Iniciamos uma subida de 2km ate um trevo, pegamos à direita, sentido Sacramento, o dia estava bem agradável, havia chovido a noite e amanhaceu nublado, dia perfeito para pedalar! O percurso foi bem tranquilo, na sua maioria retas até a portaria de Sacramento cerca de 30km, uma hora e meia de pedal. Passado a portaria, foram mais 25km de retas até o vilarejo de Sete Voltas, era por volta de 11horas da manhã. Encontramos na cidade um grupo grande de ciclistas de Rifaina e Uberaba que estavam de passagem indo para Peixoto, comprimentamos eles e fomos logo atrás deles. Estávamos no alto da serra, pedalamos cerca de 2km e começamos a descida, à nossa direita era possível avistar a Represa de Peixoto por entre as serras com paisagens incríveis!

Descida da Serra sentido Delfinópolis

Cachoeira ao fundo na chegada em Delfinópolis

Entramos novamente na Estrada Ecológica da Serra da Canastra, estávamos bastante animanos pois a previsão de chegada em Delfinópolis era por volta das 16horas, ainda tinhámos cerca de 45km pela frente. O caminho foi por entre as serras, num sobe e desce, com paisagens de brilhas os olhos. Nos kms finais pedalamos cerca de 10km ao lado da Represa de Peixoto. Passamos por uma ponte e a nossa direita havia uma enorme cachoeira com uma piscina natural, desta vez não entramos, pois estava um pouco longe. Seguimos pous mais alguns kms e algumas subidas até avistarmos as casas de Delfinópolis. Chegamos por volta das 16horas e seguimos direto para a Pousada Rosas dos Ventos a chuva chegou junto com a gente. Tomamos um banho na pousada guardamos nossas bagagens e malas e jantamos no Restaurante Mamão.

O melhor acesso à Delfinópolis é feito através do Município de Cássia MG. O caminho é todo asfaltado e é necessário atravessar a represa do Rio Grande de balsa (é cobrada taxa por veiculo na vinda, a volta não é cobrado).

Informações sobre o percurso:

    • Distância: 113,2 km
    • Subidas Acumuladas: 1.233 metros

 

 

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