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De bike pela história do Brasil, no Caminho de Goiás

  • 07/06/2016

O “Caminho de Goiás” ou “Picada de Goiás” foi uma das Estradas Reais utilizadas no Brasil no século XVIII para o transporte de minérios (especialmente o ouro) do interior do país aos portos do Rio de Janeiro.


Por Cae Rodrigues e Rafael Natívio - Bike Magazine

 

O “Caminho de Goiás” ou “Picada de Goiás” foi uma das Estradas Reais utilizadas no Brasil no século XVIII para o transporte de minérios (especialmente o ouro) do interior do país aos portos do Rio de Janeiro. Assim como as Estradas Reais mais famosas situadas em Minas Gerais, o Caminho de Goiás possui uma rica herança histórica em cidades com casarões coloniais e igrejas barrocas cercadas pelos morros de onde eram extraídos os minérios. Uma possível maneira de conhecer um pouco mais dessa história e das belezas naturais da região é pedalando. Então seguem algumas dicas de quem já foi para quem quiser ir!

 

Saímos da capital goiana pela manhã com caminho traçado para Anápolis. É possível fazer o primeiro trecho de Goiânia até a cidade de Nerópolis (30km) todo por terra. Há uma estrada vicinal que sai por trás da Universidade Federal de Goiás (Campus Samambaia) em direção à Embrapa. É só seguir até chegar a uma larga rotatória onde é possível seguir pelo asfalto contornando a rotatória ou seguir reto por terra. O asfalto leva à charmosa cidade de Nova Veneza que, como diz o slogan municipal, é “um pedacinho da Itália no coração do Brasil” (é possível chegar a Nerópolis passando por Nova Veneza, porém o caminho é cerca de 20km mais longo).

 

Pela estrada de terra se chega à Nerópolis, um bom lugar para almoçar sendo a metade do caminho para Anápolis. Antes da entrada da cidade há alguns restaurantes na beira da pista, incluindo a Churrascaria do Chico com refeição muito bem servida pela simpática Dona Lazinha. Depois de um bom descanso são mais 30km de pista até Anápolis, cidade maior com bons hotéis e restaurantes.

 

Um lugar interessante de conhecer à noite é o Parque Ambiental Ipiranga onde há bons restaurantes. Para quem quiser conhecer alguns dos principais pratos goianos sugerimos o restaurante Tucunaré na Chapa (se chegar cedo dá pra pegar uma mesa no deck com vista para o parque). Outras sugestões em Anápolis são o Hotel Uai (bom café da manhã para começar o pedal no dia seguinte) e a Performance Bike Shopping para quem precisar dar uma ajustada na bike.

 

O objetivo final do segundo dia foi a cidade histórica de Corumbá de Goiás. Esse é um dos trechos mais difíceis da viagem, sendo que no caminho há duas boas subidas de serra. É possível fazer o caminho todo por terra (pegar orientações com o Daniel no Performance Bike Shopping) ou pela pista. Se for por terra tem que levar algo para comer no caminho. Se for pela pista dá pra fazer uma parada em Planalmira (35km de Anápolis) e experimentar a saborosa comida caseira da Daniela no Restaurante e Panificadora Mundial (bem na beira da pista).

 

O pedal até Corumbá de Goiás depois de Planalmira é mais tranquilo, sendo que as duas subidas de serra estão entre Anápolis e Planalmira. Em Corumbá de Goiás há algumas boas pousadas, mas se quiser realmente viver a experiência do que é o Caminho de Goiás o lugar para ficar é a Pousada da Penha, um casarão histórico ao lado da Igreja Matriz que conserva os móveis e objetos do século XVIII (verdadeiro museu!), com pão de queijo e deliciosos biscoitos goianos feitos na hora pela Dona Rita, que além de exímia cozinheira também conhece todas as histórias da cidade. Além disso, a pousada fica pertinho do Restaurante e Pizzaria Goyá, indicação constante dos moradores da cidade (a comida justifica a fama!).

 

O pedal do terceiro dia é bastante tranquilo, mas com algumas excelentes atrações. É preciso apenas 10km de pedal saindo de Corumbá de Goiás para chegar ao Salto Corumbá, um verdadeiro parque com diversas cachoeiras, piscinas, bar e restaurante. Entre as cachoeiras está a poderosa Cachoeira do Salto onde é possível se refrescar sem mesmo entrar na cachoeira, apenas com o vapor d’água produzido pelo impacto da queda da água ao solo. Da para ficar boa parte do dia no Salto Corumbá aproveitando o delicioso almoço com comida caseira e todas as atrações do espaço. Seguindo viagem, são mais 6km até a cidade de Cocalzinho de Goiás, cidade mais nova que cresceu em torno da enorme fábrica de cimento lá localizada. A sugestão é pedalar mais 5km (terra) até a Fazenda-Hotel Tabapuã dos Pireneus, localizada no pé do Parque Estadual dos Pireneus.

 

O próximo dia começa com uma bela manhã na Fazenda Hotel Tabapuã dos Pireneus. Depois de um reforçado café da manhã é indispensável um tempo para conhecer as cristalinas cachoeiras que cortam conservados trechos de mata ciliar guiado pelo simpático Fabiano (proprietário e guia). O próximo trecho da viagem é todo por terra. Saindo da Fazenda Hotel são 5km de subida até a sede do Parque Estadual dos Pireneus, segundo pico mais alto do Centro-Oeste brasileiro.

 

Depois são mais 20km (maior parte descida íngreme) até a histórica cidade de Pirenópolis, com diversas cachoeiras no caminho. A maior parte das cachoeiras possui acesso particular com encerramento de visitação às 16h. A sugestão é realmente organizar um tempo maior para conhecer Pirenópolis pelas muitas atrações em torno da cidade (é possível fazer tudo de bicicleta, mas prepare as pernas, pois é muita montanha!).

A cidade conta com muitas pousadas e restaurantes. Se a ideia é comer na famosa “rua do lazer” nossa sugestão vai para o Seo Rosa Cachaçaria Bar, logo na esquina. Além da companhia muito agradável do proprietário Dil e de sua mãe Dona Elza é um excelente lugar para experimentar as famosas “chapas” goianas, além da vasta coleção de cachaças de todo o Brasil e da cerveja goiana Imperial Ouro.

 

Para quem tiver um pouco mais de tempo e quiser seguir viagem até a antiga capital goiana (conhecida hoje como “cidade de Goiás”) são mais 185km de viagem passando pelas cidades de Jaraguá (55km de Pirenópolis; caminho pista e terra), Itaguarú (mais 35km por terra), Heitoraí (mais 20km por terra) e Itaberaí (mais 35km pista). De Itaberaí até a cidade de Goiás são mais 40km (pista).

 

Terra da poetisa Cora Coralina, a cidade de Goiás ainda preserva muito de seus casarões coloniais e igrejas barrocas e é cercada pela majestosa Serra Dourada.

 

Há boas opções de pousadas e hotéis. Fica como sugestão o Restaurante Braseiro com típica comida goiana no fogão a lenha e muita alegria com a sorridente proprietária Ana. Na rodoviária da cidade de Goiás é possível pegar um ônibus direto (porém bem demorado) de volta para Goiânia.

 

Um bom tempo para relembrar os pontos altos da verdadeira viagem no tempo que é um passeio pelo Caminho de Goiás.

 


Fale com os autores:
Cae Rodrigues, ou pelo e-mail [email protected] 

Rafael Natívio
[email protected] 

 

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